A defesa de Jair Bolsonaro, pediu ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), acesso aos depoimentos dos ex-comandantes do Exército, Marco Antônio Freire Gomes, da Aeronáutica, Carlos Baptista Júnior, dados à Polícia Federal (PF).
Os dois prestaram depoimentos longos aos investigadores. No caso de Freire Gomes, ele retornou de uma viagem à Espanha para depor à Polícia Federal na última sexta-feira (1º). Ele passou mais de sete horas na sede da PF em Brasília, onde foi ouvido e respondeu a cerca de 250 perguntas sobre os dias finais da sua chefia no Exército, segundo pessoas próximas ao general.
Os dois foram ouvidos no âmbito do inquérito que apura uma trama golpista que teria se desenvolvido no núcleo do governo federal, durante a segunda metade de 2022. O objetivo seria impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, eleito naquele ano.
Os advogados do ex-presidente pediram que os autos do processo sejam atualizados com os “termos de declarações relativos às últimas oitivas realizadas”. Além dos ex-comandantes, prestaram depoimento dezenas de investigados, incluindo militares que foram ministros no governo do ex-presidente. O próprio Jair Bolsonaro compareceu à PF para depor, mas exerceu o direito de ficar calado.
Outros investigados também tiveram a mesma atitude, como o ex-ministro da Defesa, Walter Braga Netto.
Os ex-comandantes do Exército e da Aeronáutica prestaram depoimento entre o fim de fevereiro e o início de março e foram ouvidos na condição de testemunhas. Até o momento a PF não os implicou na trama golpista.
Ainda segundo informações, o depoimento de Freire Gomes durou cerca de oito horas e permanece sob sigilo, sendo tido como um dos mais cruciais para desvendar o planejamento de um golpe de Estado. As falas do ex-comandante do Exército também seguem sob sigilo. De acordo com as informações disponíveis, Freire Gomes se defendeu afirmando ter resistido à trama golpista e implicando Bolsonaro no planejamento de uma minuta de decreto sobre o golpe.