HIV: Maranhão soma mais de 9 mil novos casos em três anos

Entre os anos de 2022 e 2025, o Maranhão registrou 9.049 casos de contaminação pelo vírus HIV, 3.284 de aids, 782 gestantes vivendo com o vírus e 1.405 mortes relacionadas às complicações da doença.Em 2024, foram 2.568 novos casos de HIV, 629 casos de aids, 201 gestantes diagnosticadas e 358 óbitos. Já este ano, até o fim de de Outubro, o estado contabiliza 1.414 novos casos, 124 gestantes vivendo com HIV e 265 mortes. Esses números reforçam a urgência de disseminar informações sobre as estratégias de prevenção.

Para a médica infectologista da Hapvida, Ana Saldanha, o primeiro passo é entender que a prevenção não depende de uma única ação. “A prevenção combinada envolve várias estratégias, todas eficazes”, explica. Ela reforça que a camisinha, embora seja uma das formas mais seguras e acessíveis de impedir a contaminação pelo vírus, ainda é subutilizada pela população.A infectologista destaca também a existência da Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), indicada para quem tem risco frequente de exposição, e da Profilaxia Pós-Exposição (PEP), que deve ser iniciada em até 72 horas após uma situação de risco. “A PEP é gratuita e está disponível nos Centros de Testagem e Aconselhamento e nos Serviços de Atendimento Especializado. A pessoa é testada, acolhida e recebe toda a orientação necessária”, explica.

Além disso, Ana chama atenção para as vacinas contra HPV e hepatite B, que também fazem parte do cuidado preventivo. “Testar regularmente é fundamental. Diagnóstico precoce muda tudo”, destaca.

TRATAMENTO

Quando o diagnóstico de HIV é confirmado, outro passo se torna decisivo: iniciar o tratamento imediatamente. A infectologista explica que isso pode ser feito nos Serviços de Atenção Especializada (SAE) e nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA). No entanto, ela ressalta que o maior obstáculo não é a terapia medicamentosa, que hoje é simples, eficaz e feita, muitas vezes, com apenas dois comprimidos diários.

Segundo Ana, outro vilão enfrentado é o preconceito. “O estigma ainda é o principal desafio. Muitas pessoas evitam ser vistas pegando a medicação ou entrando em um centro de testagem. Isso compromete a adesão e pode levar à evolução de contaminação por HIV para aids”, alerta.

Um dos objetivos centrais do tratamento é alcançar a carga viral indetectável. É nesse ponto que se confirma o conceito “Indetectável = Intransmissível (I=I)”. “Se o vírus não está se replicando no sangue, a pessoa não transmite mais o HIV”, explica Ana Saldanha. Segundo ela, esse conhecimento transforma a vida clínica, afetiva e social das pessoas vivendo com HIV.

O tratamento impede a replicação do vírus e garante qualidade de vida. O paciente vive bem, trabalha, ama, sonha”, completa.

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